sexta-feira, 11 de julho de 2014

Missão e Últimos Votos


Depois de tanto tempo sem notícias, venho anunciar que a minha missão durante o próximo ano ano ou dois será em Portimão, onde como sabem estou a trabalhar desde há já alguns meses. Serei, com o Padre Domingos Monteiro da Costa, Pároco "in solidum" das Paróquias de Nossa Senhora do Amparo em Portimão e de Nossa Senhora da Assunção na Mexilhoeira Grande (Pároco "in solidum" quer dizer que serei Pároco em conjunto com o Padre Domingos, tendo cada um de nós os dois autoridade de Pároco em ambas as Paróquias).

Ao mesmo tempo queria também anunciar que no próximo dia 31 de Julho, dia de Santo Inácio de Loiola, irei fazer os meus Últimos Votos. Será em Braga às 19h na Igreja de São Paulo (antigo Colégio da Companhia de Jesus daquela cidade). Todos os que quiserem participar, estejam perto ou longe, serão bem-vindos à celebração desta Missa.
[Na mesma cerimónia os Jesuítas de Portugal estarão a comemorar também os duzentos anos da restauração da Companhia de Jesus. Tendo sido suprimida pela Santa Sé em 1773 por pressões de governos europeus de tendências absolutistas - a começar pelo do Marquês de Pombal -, a Companhia de Jesus veio a ser restaurada em 1814: completam-se agora duzentos anos].
Em sentido amplo pertencem à Companhia de Jesus todos aqueles que fazem os Votos no final do Noviciado (ou mesmo até aqueles que tenham simplesmente entrado no Noviciado). No seu sentido mais estrito, porém, pertencem à Companhia de Jesus os chamados "Professos": aqueles que, através dos Últimos Votos, fizeram a sua incorporação definitiva na Companhia. Estes Últimos Votos não são já "votos simples" como foram os votos do final do Noviciado mas sim "votos solenes", tendo por isso outras implicações a nível canónico.
A juntar aos três votos (pobreza, castidade e obediência), irei fazer também um quarto voto - de especial obediência ao Papa. Trata-se de um voto específico da Companhia de Jesus que compromete o Jesuíta a partir "sem alegar excusa alguma" para os lugares ou missões onde o Papa o possa querer enviar. Pedro Fabro considerou este voto como "fundamento" da própria Companhia. De facto, foi na sequência da oblação feita ao Papa pelos primeiros Jesuítas que a Companhia de Jesus veio a ser fundada.

 

O texto da fórmula dos votos é o seguinte:
Eu, Luís Maria de Sousa Coutinho Ferreira do Amaral,
faço Profissão e prometo a Deus Omnipotente,
na presença da Virgem Sua Mãe, e de toda a Corte Celestial,
e de todos os presentes, e a ti, Reverendo Padre José Frazão Correia,
representante do Prepósito Geral da Companhia de Jesus
e dos seus sucessores, que tens o lugar de Deus,
pobreza, castidade e obediência perpétuas.
E, em conformidade com esta obediência,
prometo um cuidado particular pela educação das crianças.
Tudo segundo a regra de vida contida nas Letras Apostólicas
da Companhia de Jesus e nas suas Constituições.
Prometo, alem disso, obediência especial ao Sumo Pontífice,
no que respeita às missões, segundo o que se contem
nas mesmas Letras Apostólicas e Constituições.

No final da cerimónia, como habitual para os Professos, irei fazer ainda outros cinco votos adicionais (os chamados "votos de Sacristia", por antigamente serem feitos apenas na Sacristia). Estes votos referem-se a questões relativas à pobreza na Companhia e à renúncia de quaisquer cargos de autoridade ou dignidades eclesiásticas. O texto é o seguinte:
Eu, Luís Maria de Sousa Coutinho Ferreira do Amaral,
Professo da Companhia de Jesus,
prometo a Deus Todo Poderoso,
na presença da Virgem Sua Mãe e de toda a corte celeste,
e perante ti, Reverendo Padre José Frazão Correia
que estás em lugar do Prepósito Geral,
nunca procurar e consentir, por qualquer razão,
que seja mudado o que se refere à pobreza nas Constituições da Companhia,
a não ser quando, por justa causa e exigência das coisas,
pareça que a pobreza se deva restringir mais.
Prometo ainda não procurar ou pretender, nem sequer indirectamente,
ser eleito ou promovido a qualquer prelatura ou dignidade na Companhia.
Prometo ainda nunca procurar ou pretender
qualquer prelatura ou dignidade fora da Companhia,
nem consentir na minha eleição, quanto de mim depender,
a não ser obrigado pela obediência
a quem tenha poder para me mandar sob pena de pecado.
Prometo também, se souber de alguém
que procure ou pretenda alguma das duas coisas acima referidas,
manifestá-lo a ele e todo o assunto à Companhia ou ao seu Prepósito Geral.
Prometo ainda, se viesse a acontecer que,
não obstante o terceiro voto, fosse ordenado Bispo,
não me recusarei a ouvir o Prepósito Geral,
quer por si mesmo quer por outrem da Companhia por ele designado,
se ele se dignar dar-me algum conselho.

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